segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Já fui a Portugal Parte V - o relato possível de uma viagem feita sem o minímo planeamento

Hoje o São Pedro não está do nosso lado, definitivamente. Não está a chover, mas o céu está cheio de nuvens e a prometer.

De qualquer maneira, decidimos ir ver um pouco de Bordéus. Não vimos muito, limitámos-nos a andar de mota pela cidade e a parar numa Patisserie para uns croissants e cafézinho.

É uma cidade muito bonita, sem dúvida. Merece um fim-de-semana inteiro para a ver como deve ser. Até porque é uma cidade Património da Humanidade e tem muito para ver. Mas como não podemos gastar muitos mais dias na viagem, porque temos compromissos em Portugal, fica a promessa de voltarmos.

Hoje chegámos a Madrid, 696Kms de viagem, mais coisa menos coisa. A viagem não teve grandes atractivos, tirando a passagem pelos Pirenéus, que é sempre magnifica, e a nossa aventura ao pequeno-almoço.

Então, parece que o meu marido ontem, enquanto verificava a mota, foi abordado por um moço a falar inglês, que estava a ter alguma dificuldade com o check-in electrónico do hotel e se ele não o poderia ajudar. Então, lá esteve ele, que está sempre disposto a ajudar os outros, a explicar ao moço como fazer o check-in.

Ora, estávamos nós no dia seguinte a tomar o nosso costumeiro pequeno-almoço quando o dito moço entra na cozinha e senta-se na mesa ao nosso lado. Passado, um bocado, levanta-se e vem ter connosco.

- Desculpem lá, mas vocês são Portugueses??
- Tu és Português??? Mas então para que é que estivemos a falar estrangeiro ontem??
- Epá, sabia lá, eu ontem só queria era conseguir um quarto.

Bem, fartámos-nos de rir com a situação. Ao que parece, o meu marido e este moço estiveram mais de ½ hora a falar inglês um com o outro. São as vicissitudes de se andar nesta vida de imigrante. E também o lado engraçado.

Conclusão, o nosso conterrâneo estava a viver na Escócia, e meteu-se a caminho de Portugal com um mapa imprimido a partir do Google Maps, mais nada. Este ainda é pior que nós. Mas lá o conseguimos orientar e ele lá foi a caminho.

Aconteceram-nos várias histórias destas pelo caminho.

Ainda em Franca, passámos por Cap Breton, Bayonne, Biarritz, onde ficámos a dormir quando viemos para a Holanda em Novembro de 2007, foi uma aventura daquelas, Saint-Jean-de-Luz.

Estava eu a dizer então que passámos pelos Pirenéus, já não é a primeira vez,mas desta vez adorei mesmo. As outras vezes, foram sempre já de noite e uma delas foi no meio de uma tempestade de neve, em que cheguei mesmo a ter medo de que nos acontecesse algo.

Desta vez, foi de dia com um sol radioso. Não há palavras para descrever aquelas paisagens, são mesmo de cortar a respiração. Aliás, não sei se era de ir de mota desta vez, mas parece que foi especial, não sei explicar.

Parámos algures para meter gasolina, a nossa suzukinha só leva 20lts da dita e a cada 250/300Kms, temos que parar e atestar. O basco da ES percebeu que éramos portugueses e meteu conversa connosco.

Então parece que os portugueses não são muito bem-vistos por aquelas partes. Ao que parece, as empresas de construção civil ficam com tudo quanto é projectos de construção porque fazem uns preços baixíssimos com que as empresas bascas não conseguem competir. Não sei bem porquê, mas achei preferível não me alongar em mais conversas.

Entretanto, o meu marido pôs-se a conversar com um casal Holandês que ia a caminho de Portugal onde têm uma casa no norte. É incrível que ao fim de seis meses de aulas, o meu marido fala Holandês com um á-vontade tal que parece que nunca fez outra coisa na vida.

Depois, fomos a San Sebastian, típico. Foi pena estarmos algo pressionados de tempo. O ano passado andámos 3 semanas a andar de mota por Franca, Bélgica, Alemanha, Luxemburgo e ainda alguma coisa da Holanda e tivemos tempo para ver tudo o que tínhamos planeado.

Mas haveremos de voltar com mais tempo.

Antes de chegarmos a Madrid, parámos para almoçar algures num restaurante atestado de camionistas. Pensámos logo que era o sítio ideal para comer, mas mudámos de ideias quando olhámos bem lá para dentro. Havia outro ao lado, portanto nem perdemos tempo a pensar nisso.

O engraçado desta paragem é que o restaurante ao lado era o mesmo onde tínhamos parado para almoçar da ultima vez que fizemos esta viagem. Foi uma coincidência gira, mas proveitosa, pois o restaurante era mesmo bom. 9€ por pessoa, refeição completa. E ainda dizem que não se come bem em Espanha.

Chegámos a Madrid por volta das 19h, parámos bem no centro e fomos logo á procura de onde tomar um cafézinho. Á falta de melhor, entrámos num Burguer King. Mais uma vez, deu-se mais uma coincidência gira.

Uma senhora venezuelana que estava na mesa ao lado da nossa, perguntou-nos se nós éramos portugueses.

- Vocês são portugueses??
- Sim, somos.
- Pois o meu marido também é português.

Conclusão, o marido da senhora era um Português que imigrou para a Venezuela há uns anos, casou com ela, e tinham dois filhos. Agora estavam de férias em Madrid.

Ainda ficámos um bocado á conversa, até que nos despedimos e fomos á procura de um hotel. Felizmente, o Etap de Madrid tinha quartos.

Depois de um banho retemperador, fomos ver as vistas e procurar onde comer. Mas chegámos á conclusão que não nos apetecia muito andar de um lado para o outro e acabámos por novamente ir ao Burguer King. Sempre é melhor que o Mac.

Amanha logo vamos ver um bocado de Madrid.

A Tia Maria

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