A minha esposa telefonou-me há pouco a dizer que ia chegar atrasada e se eu podia tratar da janta.
Verdade seja dita, não estava com puto vontade de andar de volta dos tachos, não é por nada, que eu até gosto de fazer umas comezainas de vez em quando.
É que isto de passar o dia todo de volta de computadores, ainda por cima a falar Holandês com uns, Inglês com outros e Françês ainda com outros, é o que dá trabalhar numa empresa com um ambiente pluricultural, deixa um gajo todo partido. Mas como ela até se porta bem, vou-lhe fazer a vontade.
- Tá bem, eu cozinho, mas quem escreve no blog sou eu.
- Mas não pode ser, o blog não é teu.
- Não quero saber disso para nada. Ou escrevo eu ou vais jantar a casa da mãezinha, da tua, claro. Além do mais, já escrevi uma vez. Duas não faz mal a nínguem.
- Bem, tá bem, estou cheia de fome, não digo nada.
Agora que já lhe mostrei quem é que manda cá no estaminé, vamos a isto que eu tambem estou com uma galga galopante.
Por acaso, até calhou bem ela não querer ir para a cozinha, lugar natural das mulheres em geral e dos homens de vez em quando, porque tinha umas ideias interessantes para umas receitas novas.
È que ontem fui fazer uns Kms de mota até ao Norte da Holanda, e o ar marítimo põs-me os neurónios a trabalhar.
Já sentia falta deste cheiro de maresia, para quem vivia junto á Costa da Caparica, viver agora no meio do Alentejo Holandês é dose.
Atravessei o dique que liga a provincia Holandesa de Friesland á provincia de Noord-Holland. Se estão a pensar ir de férias, aconselho. É lindo.
E ainda fui a Hoorn, uma cidadezinha engraçada na província de Noord-Holland, que juntamente com a província de Zuid-Holland, deram origem ao nome de Holanda.
E ainda a Edam, cidade Holandesa da provincia de Noord-Holland, famosa pelo seu queijo com nome homonimo ter com dois amigos que andavam a percorrer a Europa de mota e que estavam acampados no camping local.
Infelizmente, fui sozinho porque a minha companhia habitual está com um problema de coluna e não me pode acompanhar nestas andanças. Não senti falta nenhuma dela...
Acabamos por ir os três jantar a Amsterdam uma churrascada de carne Argentina divinal, com uma tipica sex shop Holandesa mesmo em frente.
Foi durante esta jantarada bem regada, com águinha, que ainda tinha muitos Kms pela frente, que tive a ideia de fazer esta receita.
Ingredientes:
1 Chalota
½ Pimento amarelo
½ Pimento vermelho
1 Alheira
6 Espargos verdes
1 Tigela de sobremesa de Couscous
Óleo de Palma q.b.
Vinagre balsâmico de estragão q.b.
Sumo de ½ Limão
Modo de Confecção:
Primeiro, há que picar a chalota e cortar o pimento aos quadradinhos. E depois fazer um refogado com óleo de palma e vinagre a gosto.
Há que preparar entretanto os espargos. Deve-se rejeitar a parte fibrosa ou lenhosa, que não é digerível, e raspar-lhes o pé.
Coza em seguida os espargos em água a ferver e sal abundante para que não percam a cor verde que é tão caracteristica. Deixe esfriar e reserve.
Coza a alheira. Quando estiver no ponto, reserve o caldo da cozedura e retire a pele.
Numa picadora, junte os espargos e a alheira. Pique até obter uma pasta homogénea.
Entretanto, adiccione o caldo da alheira aos couscous. Estes irão inchar, absorvendo o sabor da alheira.
Junte a pasta ao refogado e vá mexendo para ligar bem.
Adiccione os couscous e algum caldo. Continue a mexer para ligar tudo muito bem.
Por fim, esprema o sumo de um limão, misture bem, e espalhe por cima salsa bem picadinha.
Sirva bem quentinho com um Quinta do Carvalhinho 1997, que é uma pinga da boa, do melhor que já bebi, e acompanhe com uma salada de tomate e cebola á moda de Portimão, ou seja, tudo muito migadinho e muito bem temperado, e com uma companhia agradável, mesmo que tenha as costas feitas num oito.
Bom Apetite.
O Ti Maneli.
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