sexta-feira, 22 de maio de 2009

Ontem não me apeteceu cozinhar...

Ontem foi feriado na Holanda, então foi dia de dolce fare niente. Tinha combinado com o meu homem irmos passear até Amesterdão para irmos ver in loco os Lusitanos.

Era suposto acordarmos ás 9h, e realmente acordámos ás 9...para o meio-dia. Pensei logo que o dia estava estragado e fiquei logo chateada, mas o meu marido, com aquele jeitinho dele que mais nenhum homem tem, pôs-me logo bem-disposta:

- Pá, acordaste tarde e depois??? Vais mas é despachar-te que logo vamos a outro sitio.

Adorável, não acham? Não fossem aqueles olhos verdes e eu não sei como era. Mas prontos, lá nos despachamos e comemos qualquer coisa só para aconchegar o estômago.

Entretanto, lá foi ele ver a sua menina, a sua Suzuki. Parece que estava tudo bem. Agora vamos ao ritual costumeiro, botas, blusão, capacete, luvas, parece que está tudo, então vamos fazer-nos á estrada.

Fomos nas calmas pela nacional até Utrech, passámos por Rhenen, que é uma cidadezinha muito simpática e uma das que está na nossa lista de cidades Holandesas onde gostaríamos de morar.

E, de caminho, ainda fomos ver o castelo de Amerongen. Tenho que me lembrar de levar a máquina fotográfica da próxima vez.

E finalmente chegámos a Utrecht. Resolvemos ir passear um bocado, ver as vistas, tomar um cafézinho, enfim, namorar.

Andávamos ás voltas pelos canais quando deixei de ver o meu marido. Mas onde é que ele se meteu?? Ás vezes, parece um puto, não se pode tirar os olhos dele durante 5 seg.

Quando olho para trás, aparece-me ele vindo sabe Deus de onde.

- Anda, descobri ali um sitio 5*.

E antes que tivesse sequer tempo de pensar, lá fui eu literalmente arrastada pelo braço.

- Olha o que é que eu descobri.

Dei por mim numa rua estreita, daquelas onde não queria estar numa noite escura, mas que tinha uns barzinhos e uma decoração simplesmente espectacular.

Ás tantas, levou -me para dentro de um restaurante/bar com um jardim interior espectacular. Um santuário de tranquilidade no meio da confusão de uma cidade já de tamanho considerável como é Utrecht.

O barzinho em questão chama-se De Zakken Dragger. Para além da tranquilidade, o atendimento foi 5* e estivemos quase tentados a ficar para jantar, mas ainda queríamos ir a Amesterdão aos Lusitanos.

Fomos dar mais umas voltas, namorar mais um pouco, ver as vistas, o meu marido lá ia olhando para onde não devia, e o tempo foi passando sem nos darmos conta.

Acabámos por decidir que era tarde para irmos a Amesterdão.

- E agora, vamos para casa ou comemos por aqui?
- Mulheri, tu vais fazer aquilo que eu te digo, e prontos, OK???

Quando ele começa com estas coisas, já sei que está a preparar alguma. Resolvi ir na conversa dele e, realmente, não me arrependi.

Lá fui atrás dele a ver o que é que isto ia dar. Andámos ainda um bom bocado e ele não se descosia. Ás tantas, fica parado a olhar para mim com aquele ar de puto reguila.

- Então, o que é que se passa?

E ele nada. Ficámos nisto um bom bocado até que percebi, do outro lado da rua, uma tabuleta com um Galo de Barcelos. Era o restaurante Algarve.

E fiquei logo a pensar naquelas coisas que vocês sabem. Eu não disse que ele ia arranjar alguma?

Acabámos por jantar por ali, e foi uma excelente escolha. Comemos uma carninha de porco á Alentejana e posso dizer que estava mesmo bom, pouco condimentada, mas como mais de metade da clientela era Holandesa, suponho que era feito ao gosto local.

O cafézinho, ai o cafézinho, que saudades de beber um cafézinho cheio. Nem tenho palavras...

A lista de sobremesas não era das melhores e, não sendo motivo para lá não voltar, é uma falha, especialmente para uma gulosa como eu, e espero que melhore.

A sobremesa acabou por vir em forma de gelato na gelateria Venezia. Acabámos por ter a companhia de dois Portugueses que se vieram sentar mesmo ao nosso lado e que tinham acabado de chegar de Lisboa, trabalhavam para um empresa de Expressos que tem ligações diárias de Lisboa/Utrecht/Lisboa.

Final perfeito para um dia perfeito. É sempre bom falar com outros Portugueses quando se está longe. Até a nossa motinha tirou a barriga de misérias.

A Tia Maria.

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